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A mostrar mensagens de dezembro, 2020

Sardão... às portas de Águeda...

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Lembro-me de atravessar o Sardão vindo da Estrada Nacional no. 1 que passava pela Borralha nos Casais (antiga fábrica de motorizadas EFS), pelo Redolho e chegava ao Sardão onde o Ricardo “Patuá” tinha o seu restaurante... Passava por lá sempre que ia a casa do meu irmão, nos Casais da Borralha na subida da Carrasqueira.  No chamado Largo do Sardão encontrávamos a casa onde nasceu António Pereira Pinto Breda, mais conhecido por Dr. António Breda. Sua mãe, D. Mariana Márcia de Figueiredo Breda, era filha de Manuel Rodrigues Breda e de Maria Ludovina de Figueiredo Breda, proprietários da estalagem da Estação da Mala-Posta, com pernoite e mudas, para isso tendo estábulo e ferrador, o inicial ofício dos Breda (Rodrigues) que vieram para o Sardão nas primeiras décadas de 1800... Pela rua estreita de casario térreo onde de onde em onde havia casas com primeiro andar e poucas com segundo piso havia pouco comércio... lembro-me de uma taberna e dizem que havia um correeiro... aqui vou pedir ...

Vou a Além da Ponte...

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Atravessando a ponte já estávamos em Recardães... do lado direito a casa da família Cabedo e Lencastre onde viveu a benemérita D. Maria Joana Soares Pinto de Mascarenhas Cabêdo e Lencastre (nasceu em Taveira Coimbra 1880 e morreu em Recardães 1960)... Era a Além da Ponte com vários moradores e algumas oficinas de artes e ofícios... tanoeiros, latoeiros...umas vendas e tavernas, mais tarde um tamanqueiro...           e depois o início da camionagem com uma sociedade onde além do José Novo “o Azeitona velho” entrava o Dr. António Breda e o Canário da Rua de Baixo, em cuja oficina deflagrou o incêndio que originou o aparecimento dos nossos Bombeiros. Essa sociedade passou mais tarde para os dois filhos do “Azeitona Velho”, José Novo, os irmãos: Francisco e Antonio...  O “Azeitona velho”, José Novo, que tinha mais duas filhas: Maria da Conceição (“Quitas”) que casou com o Eugénio “Regedor” e a Eugénia que casou na Borralha com o “Pelotas” e emigrou para o Brasi...

Em busca do apelido Breda...

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No reinado dos Filipe: II, III e IV de Espanha - I, II e III de Portugal e simultaneamente do Reino de Nápoles e Sardenha e Sicília, tropas portuguesas terão sido enviadas para esse Reino para ao lado do exército Espanhol defende-lo mas também lutar nas várias frentes das guerras que Espanha enfrentava: Franco-Espanhola, dos Oitenta Anos, dos Trinta Anos em especial na Flandres...  Assim, tudo nos leva a crer que soldados portugueses terão estado envolvidos na Tomada de Breda, cujo comando foi entregue por Filipe IV ao estratega genovês Ambrogio Spinola...  A serena Baía de Nápoles com a bela Capri no horizonte e o aterrador Vesúvio logo ali ao lado, era algo que Rodrigo levaria para sempre na recordação, agora que estava de partida com alguns companheiros de armas... Os anos começavam a pesar e só pensava em regressar a Portugal e às suas origens...  As notícias eram favoráveis! Após quarenta anos de jugo sob a bandeira dos Filipes de Espanha, reinava agora em Portugal D...

Maldita coqueluche!

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Saía eu disparado porta fora da cozinha para ir tossir debruçado na cerca de madeira que protegia a pequena horta do meu pai... Afligia-se minha mãe, inquietava-se meu pai, e punha as tias e avós em cuidados... a tosse convulsa atacara-me e eu definhava de tanto tossir, com falta de ar e sem apetite para comer...  Do Ameal de casa da “prima” Arcanja veio o xarope da piteira mas as melhoras ainda eram poucas... A maleita provocado pela bactéria gram-negativa Bordetella afligia a garotada da época... era altamente contagiosa e transmissível através das gotícolas expelidas pela fala, espirro ou... tosse! Não havia máscaras... Mas entretanto chegou a vacina... Meu pai procurava que eu ganhasse apetite e, por certo, por indicação do médico ( Dr. José Maria? Dr. Dionísio?...) lá me levava a passear para os pinhais para respirar o ar perfumado do eucalipto... mas o fastio não desaparecia e a merenda que minha mãe preparava quase regressava intacta! Lembro-me que um desses passeios foi até...

Os Breda no Sardão (Águeda)...

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Quando as carreiras regulares da Mala-posta chegaram ao Sardão a 15 de Outubro de 1857,  já os Breda por ali estavam estabelecidos, tanto como estalajadeiros como ferradores... dos cavalos das mudas e de quantos recorriam aquele serviço com os seus animais... O Sardão era uma pequena localidade às portas de Águeda. A sua capela em honra de Nossa Senhora da Guia que data do Sec. XVII, segundo nos narra Serafim Soares da Graça(Capela Publicas e Privadas de Águeda) e consta do Arquivo Distrital. vol. XVIII, foi construída pelos moradores em 1682 com a devida autorização eclesiástica. ÁGUEDA, alguns anos atrás não passava de um pequeno burgo mercantil com o seu cais no rio sempre a fervilhar de barqueiros, peixeiros, salineiros, sardinheiras ... e almocreves que, com as suas récuas de machos, transpunham Alcobar (Serra do Caramulo) e levavam a “sardinha de Águeda” até as faldas da Estrela! Águeda, que nunca teve foral, ganhou alforria dos seus donatários pelo papel que d...

Os Breda em Anadia...

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  A calandra improvisada dava a forma arredondada à folha de flandres donde iria sair a almotolia que a freguesa encomendara para o azeite da Ceia de Natal que se avizinhava... Luís era um funileiro experiente... a aprendizagem com seu pai e avós, homens sempre ligados à moldagem do ferro com o martelo na bigorna , fazia das suas mãos sair pura arte...  Mas a vida não lhe fora fácil, filho de mãe solteira, situação que não agradara à família, fora entregue logo à à nascença, para ser criado por um casal de Recardães, como consta no  assento de seu batismo... Sorte teve quando conheceu Teresa, a linda filha dos Fitorra de Aveiro... foi um encontro fortuito na feira das cebolas, que depois se repetiu e acabou por resultar na sua união matrimonial na Igreja da Vera Cruz... Depois rumou até Anadia... talvez no ano de 1880... o Luís Augusto lá se estabeleceu com a sua pequena oficina de latoeiro em Famalicão, freguesia de Arcos, onde o vamos encontrar rodeado de peças de funil...

Águeda é de todos... dos simples, dos humildes... dos aristocratas...

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Como habitual, naquela tarde de domingo fui à procura da malta e entrei no café Jardim... No “pateo sevilhano” jogava-se animadamente poker de dados... Subi ao salão de bilhares no primeiro andar... havia grande movimento à volta das mesas... Não sendo grande jogador gostava de ver os bons de taco e bola e as apostas!...  Dois dos amigos que procurava estavam na varanda e pareciam divertidos com algo que se passava em baixo no cruzamento da EN1 com a estrada Aveiro-Caramulo... aproximei-me e vi então o Zé Cheta em grande estilo a fazer de sinaleiro no meio do cruzamento! O Zé Cheta era uma figura popular de ÁGUEDA, cravava uns cigarros, fazia uns recados aos comerciantes da baixa e bebia uns copos... Como ele haviam outras figuras típicas, o caso do Júlio dos Jornais que com o seu carro de mão lá andava rua acima rua abaixo a fazer recados e principalmente a transportar os jornais para o quiosque do Seminário... já antes o fazia para o Conde e para o Rino... O Júlio nas segunda-fei...

D'Orfeu... 25 anos a dar-nos arte e música...

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Andava Orfeu nas sua lides terrenas…. desembarcou duma qualquer “bateira” que aportou o Cais das Laranjeiras e deambulando pelo bairro do Barril enveredou pelas ruelas pitorescas do velho burgo… depois de sorver de um trago um traçadinho numa Tasca  na rua de S.Bento galgou vila acima até à Venda Nova onde no terreiro em frente à velha capela, ao som duma concertina, bailavam rapazes e raparigas … “uma duas três e vira, viva quem dança o malhão…” Com tal animação secou-lhe a garganta e entrou na primeira taverna, o cheiro a iscas fê-lo trincar uma sandes e logo bebeu um branquinho... saiu para a rua e quase entrou na bailação mas seguiu rua abaixo ao som dos acordes… “moreninha do convento…moreninha do convento”...  e ja la em baixo parou para ler uma tabuleta “Bar’do” e entrou! Entrou e não mais saiu! A D’Orfeu em ÁGUEDA é um fenómeno singular que ainda está por estudar…  Surgiu naturalmente... pela mão de gente com veia artística cujo genes eu cognomino da ínclita geraç...