D'Orfeu... 25 anos a dar-nos arte e música...


Andava Orfeu nas sua lides terrenas…. desembarcou duma qualquer “bateira” que aportou o Cais das Laranjeiras e deambulando pelo bairro do Barril enveredou pelas ruelas pitorescas do velho burgo… depois de sorver de um trago um traçadinho numa Tasca  na rua de S.Bento galgou vila acima até à Venda Nova onde no terreiro em frente à velha capela, ao som duma concertina, bailavam rapazes e raparigas … “uma duas três e vira, viva quem dança o malhão…”

Com tal animação secou-lhe a garganta e entrou na primeira taverna, o cheiro a iscas fê-lo trincar uma sandes e logo bebeu um branquinho... saiu para a rua e quase entrou na bailação mas seguiu rua abaixo ao som dos acordes… “moreninha do convento…moreninha do convento”... 

e ja la em baixo parou para ler uma tabuleta “Bar’do” e entrou!

Entrou e não mais saiu!


A D’Orfeu em ÁGUEDA é um fenómeno singular que ainda está por estudar… 

Surgiu naturalmente... pela mão de gente com veia artística cujo genes eu cognomino da ínclita geração de Águeda... é certo que não estavam sós... tinham seus pares e seguidores… direi que a “Ala dos Namorados”... e nem a lira desafinada “d’o Bardo” fez desvanecer a qualidade artística que ano após ano brota de dentro desta associação quer na realização e organização de eventos, quer em “performances” individuais, de grande nível, dos seus elementos...

Gesto Orelhudo… Outonalidades…Festim... mais… Toques do Caramulo...

Repertório do Osório ou Todos Gostavam de ter uma Tia Graça!…são alguns exemplos...


Águeda sempre foi e será uma terra de música e de músicos… 

Apetece dizer que ÁGUEDA nasceu duma clave de Sol florida por colcheias e semi-fusas numa profusão de notas musicais alinhadas numa pauta onde musicólogos inspirados, ao longo dos tempos, vem compondo com o amor e dedicação das suas vidas... e são tantos que não me atrevo enumera-los com receio de esquecer algum ou cometer alguma ingratidão!

Mas falando da d’Orfeu terei quase como obrigação de falar dos Fernandes - pai David e tio Américo - os mestres, os impulsionadores desta gesta que sonhou e tornou realidade a obra que hoje todos orgulha e ÁGUEDA beneficia...  

E vejo o tio Américo no sax e o David na concertina e tantos outros.... e Águeda a bailar... recordar tunas, tocatas, jazzes, bandas... romarias, marchas, desfiles e concertos... é a alegria de um povo iluminado pelo Sol de Águeda-Clave e inebriada pelos néctares das colcheias num bailado embandeirado de fusas onde os sustenidos e bemóis fazem solos de tenor… Fa La Do Mi …ou barítono  Mi Sol Si Re Fa!

A música está na rua… bem viva e recomenda-se...

continuai rapazes a vossa arte é para nós um deleite e da nossa vida já faz parte!


Bem Hajam!


Parabéns D’Orfeu! 


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