Sardão... às portas de Águeda...


Lembro-me de atravessar o Sardão vindo da Estrada Nacional no. 1 que passava pela Borralha nos Casais (antiga fábrica de motorizadas EFS), pelo Redolho e chegava ao Sardão onde o Ricardo “Patuá” tinha o seu restaurante...
Passava por lá sempre que ia a casa do meu irmão, nos Casais da Borralha na subida da Carrasqueira. 
No chamado Largo do Sardão encontrávamos a casa onde nasceu António Pereira Pinto Breda, mais conhecido por Dr. António Breda. Sua mãe, D. Mariana Márcia de Figueiredo Breda, era filha de Manuel Rodrigues Breda e de Maria Ludovina de Figueiredo Breda, proprietários da estalagem da Estação da Mala-Posta, com pernoite e mudas, para isso tendo estábulo e ferrador, o inicial ofício dos Breda (Rodrigues) que vieram para o Sardão nas primeiras décadas de 1800...


Pela rua estreita de casario térreo onde de onde em onde havia casas com primeiro andar e poucas com segundo piso havia pouco comércio... lembro-me de uma taberna e dizem que havia um correeiro... aqui vou pedir a ajuda dos meus leitores na descrição do que na rua do Sardão, (hoje rua Dr. António Breda), antiga estrada real que descia do Randam, podíamos encontrar... e até sobre os seus moradores... 
Poderia referir alguns deles porque lá também andei a Cantar os Reis para a Sopa dos Pobres (desde o tempo do Pe. Miguel até ao Pe. Armando e Carvalhais)...

De referir a pequena capelinha em honra de Nossa Senhora da Guia que data do Sec. XVII, segundo nos narra Serafim Soares da Graça(Capela Publicas e Privadas de Águeda) e consta do Arquivo Distrital. vol. XVIII, foi construída pelos moradores em 1682 com a devida autorização eclesiástica. 


À saída do lugar encontramos à direita o rio Águeda que pelo inverno tudo inunda e visita sem convite a casa da maioria dos moradores...
À esquerda há a segunda rua do lugar , Rua de S. Brás. Ali existiu a Fábrica de Escadotes Sardão e mais tarde uma oficina auto, a Autague onde adquiri a minha primeira viatura automóvel, um R5 azul...
No passado a chamada Estrada do Sardão era empedrada e havia uma zona de grandes lages que com as inundações ondulavam, segundo testemunho dos mais antigos... restos da estrada medieval ou seria romana?
Um pouco à frente antes da entrada na rua da Além da Ponte  (Rua Dr. Manuel Pinto) havia as Alminhas dos Abadinhos... hoje só existe o nome na Vereda dos Abadinhos na margem do rio... 
Na margem direita os restos do que foi a Piscina do Sport Algés e Águeda. 
Águeda teve tempos áureos na natação com vários campeões distritais e nacionais, para isso contribuindo a rivalidade entre o Algés e o Recreio Desportivo de Águeda com a sua piscina fluvial um pouco mais abaixo na margem esquerda... Aos domingos as margens alegravam-se com a competição entre os dois clubes cujas provas eram alternadas numa e noutra piscina!
A margem esquerda, em frente à piscina do RDA, era em rampa com algum areal e por ali a rapaziada aprendia a nadar... lembro-me das minhas primeiras braçadas dadas entre as velhas estacas da piscina com impulso das pernas numa delas... sob o olhar atento do meu pai... Que bom era nadar no nosso rio!


notas bibliográficas: Serafim Soares da Graça(Capela Publicas e Privadas de Águeda) e consta do Arquivo Distrital. vol. XVIII

in retalhosdeaguedaantiga.blogspot.com
by João Carlos Breda

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