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Do Sardão a Paredes…

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 Do Sardão a Paredes… Pela estrada empedrada do Sardão vinha em passo lento o Ti Firmino . Havia passado os antigos estábulos dos cavalos das mudas, um edifício de linhas singelas construído com adobes de terra vermelha. Dentro ainda se conseguiam ver as manjedouras cavadas nessa pedra vermelha mas há muito fora de uso. Podemos imaginar o trabalho ali desenvolvido pelos dois jovens ferradores, Manuel e José, oriundos da aldeia da Breda, mais tarde submersa pelas águas da Barragem da Aguieira. Aconteceu em meados do séc XVIII. Foram eles os percursores da Família Breda em Águeda, com os seus casamentos no Sardão com jovens dali naturais. Das nossas pesquisas surge a primeira pessoa com apelido Breda, filha de Manuel Rodrigues, da aldeia da Breda, e uma senhora do Sardão de apelido Figueiredo. Foi ela Joana Maria de Figueiredo Breda. Sem dúvida a primeira Breda de Águeda. Mas voltemos ao Ti Firmino! Era neto de um antigo carcereiro da cadeia no Sardão, da Vila de Águeda, e ainda vivi...

Toca a sirene…

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  Toca a sirene… Manuel “chapeleiro” deixa o chapéu do cliente na forma e sai da loja a correr, deixando à irmã Iracene o cuidado de zelar pelo trabalho… Ao fundo da rua encontra Eugénio “regedor” que sai da mercearia ainda com o lápis na orelha… ao chegarem à entrada da rua Ferraz de Macedo aparece o Nai Girão do lado da ponte montado na bicicleta, com a canastra de transportar os cabritos no suporte e logo a larga à porta do Manuel do Talho para poder correr melhor! Aquela subida até às escadinhas da Rua de São Bento parecia não ter fim! Destas surgiu o Alberto da Joana, seguido do Casimiro Liberal… O quartel dos bombeiros era mesmo ali (hoje Bar A Palhota) naqueles currais improvisados onde o Fargo e demais material estava guardado… De cima, do lado da garagem Guerra, apareceram o Rebocho, o Manuel Relvas, o Noé, o Zé Chibeiro e outros…trabalhavam na ferragens do Amaro, do Valente de Almeida, do Silva Irmão ou do António Ribeiro de Matos na Venda Nova! A linda Fargo foi posta a ...

Dia do Amor em Águeda

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  Águeda 2018… A agitação do Agitágueda já era… de Macau veio a Associação Macau no Coração para mais uma visita cheia de alegria e cor, coordenados pela querida Ana Maria Manhao Sou…  Mas desta vez havia algo mais… no ano anterior à “sombra”dos guarda chuvas coloridos sentados num dos bancos pintados a preceito (junto ao Canal 7), o Pedro Miguel fez promessas de amor à Victoria e o pedido de casamento aconteceu com a promessa de voltarem no ano seguinte e celebrarem o seu casamento neste ambiente e cenario… E aconteceu, o 30 de Agosto de 2018 foi o Dia do Amor na Rua Luís de Camões a rua mais colorida do Mundo… os comerciantes empolgaram-se e decoraram as suas montras a condizer… o amor andava no ar…  Com a presença da Sra. Conservadora do Registo Civil e do Sr. Presidente da Câmara(Jorge Almeida) celebrou-se a cerimónia testemunhada pelos comerciantes e inúmeros populares e não faltaram as rolhas das garrafas de espumante a saltar ajudando à festa! Foi lindo… merecedor ...

A Canja de Sardinha…

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 A canja de sardinha… Casimiro regressava a casa depois de ter ido ao mercado fazer umas compras não sem passar na tasca do tanoeiro e molhar a garganta. O Barão do Souto do Rio, Ernesto Ruella, saía de casa, na sua figura negra e esguia, para fazer a sua visita matinal ao Adro… Igreja e cemitério.  Ti Lurdes expunha a fruta na porta da sua loja e esperava a clientela e o mesmo fazia o Acácio na loja em frente do patrão Varanda! Casimiro atravessou a praça e à porta da Câmara saudou quantos ali estavam cavaqueando. Iniciou a subida do Outeiro e olhou a estátua branca e falou para os seus botões: - Que raio! Não estaria ali melhor o coreto?! Onde vai agora a Música tocar? Chegou ao Outeiro e entrando em casa foi logo para a cozinha preparar a Canja de Sardinha que havia prometido a quatro amigos, entre eles o Dr. João Cura, que lhe havia dado a receita e queria ver se tinha sido bom aprendiz!… Despejou a saca das cebolas e dos tomates coração de boi, carnudos como se quer. Cuid...

O Cimbalino…

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  O Cimbalino… Os canários cantavam ao ritmo da plaina do mestre Chico Balreira…  A rua de baixo tinha o movimento atarefado dos sábados de praça e o prestável Júlio ali passou com o seu carro de mão fazendo uma entrega de tabaco do armazém do João Lemos.  Na rua lembramos o forno do ti Abel e da ti Maria da Benta onde assava leitão e depois os vendia inteiros ou a retalho,  preservando-os no balcão debaixo de um mosquiteiro de forma arredondada. Também ali na rua existiu a oficina do Canário, que terá sido um dos primeiros sócios da Camionagem Azeitonas de José Novo da Cruz, juntamente com o Dr. António Breda. Um incêndio nesta oficina estará na origem da fundação em Águeda da corporação de bombeiros… e contava a minha tia  que nunca um incêndio de tais dimensões havia Águeda vivido e que se lembrava de ver o Sr. Gil Brinco de machado em riste dar um golpe na porta da garagem e desta ter saído uma língua de fogo  que atravessou a rua! Após isso as gentes d...

Da Voz do Botaréu à Festa dos Pobres

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 Da Voz do Botaréu às Festas dos Pobres...   Nas noites quentes de verão o Largo Conselheiro Albano de Melo e o paredão da margem do Botaréu enchia-se de gente a passear à beira-rio, aproveitando a frescura que era dada pelas águas correntes do nosso rio... Dos altifalantes do pequeno estúdio do Tenente Flores entoavam os sons da Voz do Botaréu! ⁃ “Teus olhos castanhos de encantos tamanhos são pecados meus…”, cantava uma das vozes da rádio na época, Francisco José! A Voz do Botaréu foi uma iniciativa do Tenente José Flores, enfermeiro militar que veio para Águeda e por cá ficou depois de ter cuidado os feridos do Combate das Barreiras na “Traulitana”. Tinha consultório no mesmo edifício, onde esteve o café Zip-zip e agora o Gambrinus, mas virado para o rio… A Voz do Botaréu animava aquelas noites da baixa ribeirinha na praça jardim Conselheiro Albano de Mello e pela margem do rio, e, até lá, eram atraidos não só os jovens, mas também famílias que passeavam seus filhos. Lembro ...

Do Fricassé ao Botaréu…

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  Do Fricassé ao Botareu!… Pela travessa da Venda Nova chegou ao largo da vetusta capela do mártir… Um belo figo pendia da figueira, junto ao muro da casa vizinha, como a convidar a ser apanhado... Olhou o velho chafariz, mas optou por entrar na Zínia e beber um branquinho, embora ali no largo a oferta fosse variada! Dois dedos de conversa de circunstância com conhecidos ali presentes, entre eles o amigo Eduardo Fataça e seguiu em direção à baixa. Descendo a rua passou a casa onde a ti - Rosa “Floca” orientava a fila dos que vinham para o prato de sopa (Sopa dos Pobres), e eram tantos naqueles anos de míngua… Já na Praça Nova dobrou a esquina da farmácia Vidal, onde quando muito jovem fora aprendiz e embrulhara muitos comprimidos em folha de hóstia. Recordou uma estória  passada com um dos farmacêuticos que por ali passou... Ele era de estatura baixa e um dia vendo a bicicleta do Tavares “Candeeiro”, homem de grande figura, ali parada ao lado à porta da mercearia do dito, quis...