Um casamento… naquele tempo!(Texto completo)

 Há umas semanas atrás publiquei o início da história de um casamento à moda antiga na nossa região com a informação dos pratos da nossa cozinha então servidos… Na altura ficamos na canja de galinha… Agora vamos dar continuidade mas começamos do princípio para não perderem o fio à meada!

 


 #historiascomreceitas

Um casamento... naquele tempo!

 

Os foguetes estalejaram no ar!

Ia ser dia de festa de arromba e ao Largo da Nossa Senhora da Graça, na Vila de Assequins, começaram a chegar os rapazes que acompanhavam o noivo.

Todos de jaqueta ou colete preto e chapéu na cabeça. O noivo trajava jaqueta branca e no chapéu preto pendiam duas borlas brancas.

Os convidados teriam nos seus chapéus pendentes duas borlas pretas. Tinha sido essa a exigência do pai da noiva para evitar o aparecimento de penetras, ou melhor, intrusos sem convite para a boda!

 

O pai da noiva era um abastado lavrador de Assequins, com terras de milho nos campos do Águeda e quintas na parte alta da Vila com produção de vinho, fruta e muito mais. Mandara abater um vitelo, dois porcos cevados e duas ovelhas... seriam dois dias de festa e muita comezaina.

O casamento da sua Mariazinha tinha de ficar na história como uma festança!

Para a cozinha tinha convidado um cozinheiro afamado da região, o ti-Ofélio, que seria ajudado pela Rufina e mais umas quantas mulheres.

 

A cerimónia seria na capelinha da Senhora da Graça e depois a boda na sua casa de lavoura no Carreirinho junto aos Currais da Vila. Para tal dois dias antes tinha mandado limpar o aido fronteiro à porta da adega, debaixo da latada do morangueiro. Uma grande mesa corrida ali tinha sido montada e o chão juncado com fetos, alecrim e rosmaninho. Bancos corridos seriam o assento para os convivas porem as perninhas debaixo da mesa...

 

O noivo veio de Águeda, mais propriamente do Chapado, perto da Capela a São Pedro, onde o pai tinha uma enorme quinta na qual produzia de quase tudo e segundo ele dizia:

- “Tenho lá um vinho de três estalos!”

E com a anuência do pai da noiva, seu futuro parceiro, o ti-João do Avelal, atempadamente mandou para a adega deste em Assequins dois pipos de cinco almudes!

 

Quando o Rogério acompanhado pelos pais, o ti-Adriano e a Dona Amélia, chegaram ao Largo do Pau já a rapaziada estava animada! Alguma coisa se tinha por ali passado ao qual não teria sido estranho o aparecimento de um cântaro para matar a sede, só que em vez de água o líquido era vinho branco com limonada e açúcar!

 

O Padre João Baptista à porta da Capela dava as boas-vindas ladeado pelo Rogério e o pai. E estavam em animada cavaqueira quando do lado do Pelourinho surgiu o cortejo da noiva.

Mariazinha vinha de braço dado com o ti-João e logo atrás a mãe e os irmãos.

O Padre João Batista subiu para o altar acompanhado por Dona Amélia e o noivo Rogério e esperou a entrada da noiva.

A cerimónia foi breve e dentro dos cânones da Santa Igreja e depois da bênção aos noivos estes saíram debaixo de uma chuva de arroz!

 

De lá seguiram para os Currais da Vila e debaixo da frondosa parreira se foram acomodando na longa mesa coberta por uma alva toalha, onde já pontificavam pratos, talheres e copos e um guardanapo de pano!

Ao centro da mesa sentaram-se os jovens recém-casados ladeados pelos padrinhos, pais e pelo Padre João Baptista que nunca faltava a uma boa comezaina!

À ordem do ti-João começaram a servir uma bela canja de galinha, das da bela criação de uma das suas quintas da Catraia e que tinham sido abatidas de véspera para fazer a dita e mais alguns pratos.

Em boa hora a canja foi servida pois os estômagos já estavam a pedir algum conforto.

 

 


CANJA DE GALINHA

 


Ingredientes:

1 Galinha completa com os miúdos

1 cebola média

100 grs de massa pevide

Ramo de hortelã ou Coentros

Sal q.b.

 

Modo de preparação:

Coloque água numa panela com uma cebola descascada e cortada aos pedaços. Junte a galinha, tempere com um pouco de sal e deixe ferver em lume alto.

Quando ferver reduza para lume médio-baixo e deixe cozer cerca de uma hora. cortada aos pedaços. Junte-lhe os miúdos e os ovos.

Adicione a massa e coza mais 10 a 12 minutos.

Se gostar de coentros poderá juntá-los logo de início.

Também há quem lhe ponha hortelã!

Desligue o lume e sirva.

 

Da adega começaram a sair as picheiras de   vinho e já antes tinha sido distribuída por toda a mesa nacos de boroa de milho das fornadas feitas de véspera.

 

Grandes travessas começaram a sair da cozinha com cenouras, batatas, nabo e couves fumegantes e foram distribuídas pela mesa. De seguida apareceram iguais travessas, mas com carnes diversas: galinha, porco, vaca e enchidos tais como: salpicão, chouriça e morcela.

As carnes de porco eram variadas e iam desde o pé, à orelheira e focinho, mas também entremeada e ossos da suã.

Era um cozido rico e completo que a todos satisfez...

E as picheiras não paravam de sair da adega!

 


 

COZIDO À PORTUGUESA

 


 

Ingredientes:

300 grs de presunto

1 orelha de porco

1 pernil de porco

2 pés de porco

400 grs de focinho de porco

500 gr de vitela

500 grs de carne da peituga (entremeada)

500 grs de linguiça

300 grs de salpicão

250 grs de chouriça de sangue

1 galinha caseiro

2 rabos de porco

Ossos da suã q.b.

 

700 grs batata

2 couves tronchudas ou repolho

250 grs de cenoura

300 grs de nabo

200 grs de arroz

 

Preparação:

As carnes cozem-se todas juntas, excetuando as sangueiras que são escaldadas à parte, para que o seu gosto ativo não estrague o paladar das demais. Se possível, as couves, as batatas, o nabo e as cenouras deverão ser cozinhadas em panela de ferro. As carnes com meia cura, só sal, deverão ser postas de molho em água fri na noite anterior, até irem para a panela.

O arroz deve ser cozido na água do próprio cozido.

Haja cuidado de durante a cozedura verificar se estão boas de sal.

Quando as batatas estiverem cozidas está o cozido pronto.

 

Empratamento/decoração:

Serve-se em travessas, as carnes partidas aos pedaços.

As batatas, as cenouras, os nabos e as couves, separadas das carnes, bem como o arroz.

Deve ser servido bem quente.

 

 

Após degustarem tão belo cozido os convivas começavam a dar mostras de satisfação, mas a procissão ainda só ia no adro!

Algum tempo depois de recolhidas as travessas das sobras do cozido eis que à porta da cozinha aparece o ti-Ofélio e com a sua voz de trovão exclamou:

- “Estava bom o cozido? Aqui o ti-Ofélio não vos deixa ficar mal. As carnes eram todas caseiras e de primeira!”

Mas agora vão provar uma Galinha estufada com ervilhas preparada pela Rufina...”

 

E não tardou que as serviçais começassem a distribuir travessas de Galinha Estufada com Ervilhas e outras de arroz branco pelas mesas...

Foi um consolo ver toda a gente a deliciar-se com aquele suculento prato.

 

 

 


 

 

 

 

GALINHA ESTUFADA COM ERVILHAS

 

          

 

Ingredientes:

1 Galinha ou Frango do Campo

1 Cebola médias

3 dentes de Alho laminados

1 folha de louro

250 grs de ervilhas

Azeite q.b.

1 raminho de salsa

Sal q.b.

1 piri-piri

3 dl de vinho branco

 

300 grs de arroz

 

Preparação:

Cortar a galinha ou frango em pedaços, limpar as gorduras e lavar.

Num tacho deitar azeite, a cebola, o alho, o piri-piri e deixar refugar.

Distribuir a os pedaços por cima do refugado no tacho e deixar dourar de ambos os lados. Adicionar o vinho e deixar refugar lentamente durante 30m.

Acrescentar as ervilhas e estufar até que estejam tenras.

Deve cozinhar cerca de uma hora para que tudo fique bem estufado.

 

Acompanha com arroz que deverá ser cozinhado à parte.

 

 

A seguir viriam os assados.

As assadeiras da Vitela tinham ido para o forno bem cedo e as assadeiras com as batatinhas e as caçoilas de arroz para aloirar logo a seguir...

Quando começaram a ser servidas deixavam no ar um gostoso aroma que convidava, mesmo os mais satisfeitos, a provarem aquela iguaria.

Ti-João fazia um brinde com o parceiro Adriano e confirmava:

- “Ò parceiro na verdade o seu vinho é de três estalos!”

Os noivos felizes corriam a mesa e por todos eram saudados. De súbito alguém se lembrou de começar a bater com a faca no prato e a dizer:

- “Beijem-se os noivos!

E não tardou que todos os convivas também fizessem o mesmo!

E como os noivos não se despachavam com o beijo, ti-João do Avelal gritou:

- “Vá lá, despachem-se! Senão partem-me a louça toda!”

E foi uma gargalhada geral!

E os noivos lá se envolveram no tão desejado beijo!

 

De repente ouviu-se o som da concertina e logo ali no terreiro se cantou e bailou.

A voz cristalina do Daniel e os acordes da sanfona logo puseram as moçoilas em alvoroço e a irem desafiar os rapazes...

 

Farrapeirinha

Ò minha farrapeirinha

Ò minha farrapeirona

Aperta-te apertadinha

Não andes à bandalhona

Larilolela

Não andes à bandalhona

Ò minha farrapeirinha

Ò minha farrapeirona

 

 

Farrapeirinha

Aperta-me esse colete

Dá-me um nó nesse cordão

Esse corpinho bem feito

´inda me há-de vir à mão

Larilolela

´inda me há-de vir à mão

Aperta-me esse colete

Dá-me um nó nesse cordão

 

Farrapeirinha

Algum dia para te ver saltava trinta quintais

Agora para te não ver saltarei trinta ou mais

Larilolela

Saltarei trinta ou mais

Algum dia para te ver saltava trinta quintais

 

Farrapeirinha

Se soubesse quem tu eras

Ou quem tu vinhas a ser

Mandava vir da botica remédio para morrer

Larilolela

Remédio para morrer

Se eu soubesse quem tu eras

Ou quem tu vinhas a ser

 

(do Cancioneiro Popular)

 


 

VITELA ASSADA NO FORNO

 


 

Ingredientes

-1 kg de vitela para assar

- 2 dl de vinho branco

- 1 dl de vinho tinto forte

- 7 dentes de alho

- sal e pimenta q.b.

- 1 raminho de salsa

- 1 folha de louro

- 1 colher de sopa de banha

- 2 cebolas grandes

- 100 g de tomate pelado em cubos

 

Preparação Tradicional

No dia anterior, corta-se a vitela em pedaços, não muito pequenos, e tempera-se com sal, vinho branco, louro, os alhos laminados e o raminho de salsa. Deixa-se a marinar até ao dia seguinte,

No dia seguinte corta-se a cebola às rodelas e faz-se uma cama num tabuleiro onde os pedaços são colocados por cima.

Tempera-se com o azeite, a banha, o colorau, o tomate em cubos, a pimenta (preta)e o vinho tinto e a marinada do dia anterior. Acrescenta-se mais meio copo de água. Tapa-se com uma folha de couve (ou papel de alumínio).

Leva-se a forno pré-aquecido (180º ), de preferência a lenha, durante cerca de 40 minutos, para que coza no próprio molho e não queime, nem fique dura.

Passado este tempo, retira-se a couve ou a folha de papel de alumínio (aumenta-se a temperatura). Deixa-se acabar de cozinhar, virando de vez em quando para ficar com uma cor uniforme e retificam-se os temperos .

Quando estiver pronta, retira-se do forno e serve-se de imediato, com arroz branco ou batatas assadas no próprio tabuleiro juntamente com a carne e uma boa salada.

 

 

Com uma sopa e três pratos já toda a gente começava a ficar satisfeito, mas e então a Lampantana?

Ti-Ofélio tinha temperado de véspera a carne de carneiro nas caçoilas e depois foram para o forno a lenha, previamente aquecido. As ajudantes da Rufina cozeram grelos e batatas para acompanhamento.

Quando as caçoilas apareceram na mesa, os resistentes não deixaram os seus créditos por mãos alheias e diziam:

- “É só para provar!”

E disseram maravilhas do tempero, do paladar e da macieza da carne...

Como qualquer boa Lampantana tinha sido “assada” mergulhada em vinho tinto de boa qualidade, neste caso duma vinha nas Arrotas, colheita do ti-João do Avelal!

 


LAMPANTANA

 


 

Ingredientes:

Carne de ovelha

Sal

Alho

Cebola

Louro

Colorau

Banha de porco

Azeite

Piripiri

Vinho tinto

 

 

Preparação

Corta-se a carne em pedaços e coloca-se numa caçoila de barro onde se juntam os condimentos: sal, alho, cebola, louro, colorau, banha de porco, azeite e piripiri, envolvendo-os bem na carne.

Adicionar o vinho tinto. Este deve ser encorpado e boa qualidade e a quantidade é a necessária para cobrir a carne, a fim de evitar que fique seca ou se desfaça.

Vai finalmente ao forno de lenha, previamente bem aquecido, aí permanecendo em média durante três horas. Tudo depende da temperatura a que está o forno e da quantidade de caçoilas lá colocadas. Quando a carne que está ao cimo começar a ficar assada, deve-se dar uma mexi dela ligeira para que esta não fique queimada e toda a carne se apresente com uma textura e um sabor homogéneo.

Durante a assadura deve-se ir observando o ponto em que está a carne, retirando-a quando estiver bem assada.�

O prato assim confecionado é servido com batata com pele e grelos cozidos.

 

Como esta história está a ser escrita num tempo anterior à moda do Leitão Assado (depois Leitão Assado à moda da Bairrada), vamos nos ficar por aqui e passar já à doçaria que então seria servida sobre a responsabilidade das mães... A Senhora Aninhas e Dona Amélia.

 

No entanto um outro prato poderia muito bem ter sido servido neste lauto almoço, referimo-nos aos

 


 

ROJÕES À MODA DE ÁGUEDA

 


 

Ingredientes:

Carne de Porco

Banha de porco q.b.

Sal q.b.

Batatas

Nabiças (ou Grelos)

 

Utensílios:

1 Tacho de cobre (ferro ou alumínio fundido)

1 Colher de pau

 

Modo de preparação:

As carnes depois de cortadas em tamanhos normalizados para rojões, são colocadas dentro de um tacho de cobre com alguma banha. O tacho vai ao lume (que convém seja brando) e começam a ferver. Quando estão já cozidos na própria banha, dá-se-lhe uma mexedela, mas não muita. Com a continuação, estes começam a ficar alourados, sinal de que a carne está rojar. Consideram-se prontos quando a carne estiver toda bem alourada e a fazer remoalho.

Estando prontos, são normalmente servidos numa travessa e acompanha batata e nabiças ou grelos cozidos.

Recomenda-se um bom vinho tinto.

 

Remoalho – São os pedacinhos pequeninos que normalmente ficam no fundo tacho, muito bem rojados e que são um petisco dentro de um pão sobretudo ao pequeno-almoço com uma chávema de café com leite.

Há também quem ponha o fígado. Então coze-se no tacho e depois corta-se às fatias que vão para o tacho dos rojões a alourar na gordura.

 

 

Além dos doces de festa: cavacas, suspiros e sequilhos... haveria a aletria, o doce que não faltava em nenhuma festa da região!

Também não faltaram os Bolos da Páscoa, tão do agrado de toda a gente e que tinham sido amassados e cozidos numa fornada na semana anterior e fizeram as delícias a acompanhar com queijo de ovelha, de uma arroba trazida pelo almocreve Zeferino, que guardava as suas récuas de mulas ali nos Currais da Vila, antes de as carregar de sal e sardinha e serra acima as ir distribuir para lá de Alcobar!

Alguns bolos de buraco foram também distribuídos pela mesa.

O Bolo da Noiva, esse figurava no centro da mesa mesmo em frente aos noivos.

Há época ainda a ti-Libânia “Loira”, doceira da Rua da Cancela em Águeda, não era talvez nascida senão teria sido ela a doceira escolhida para confecionar o dito no forno da sua família, os Guerra.

 

 

 

 

DOÇARIA DE FESTA

 



 

DOCE DE GEMA (SEQUILHOS)

Ingredientes:

9 gemas

3 claras

¼ kg de farinha de trigo

¼ Kg de açúcar

 

Preparação:

Batem-se as gemas com o açúcar.  As claras são batidas em castelo. Juntam-se depois as gemas e mistura-se a farinha com uma colherinha de fermento em pó.

É tendido com uma colher de sopa e de seguida vai ao forno de lenha em tabuleiros de chapa, polvilhados com farinha torrada. Depois de cozidos, são cobertos com açúcar em ponto.

 

 

 


             

 

SUSPIROS

Ingredientes (PC +/- 1 KG):

12 claras de ovos

1 Kg de Açúcar (bem pesado)

Quantidade de noz q.b.

 

Modo de preparação:

Batem-se as claras em castelo, de maneira a aguentarem uma colher de pau direita.

Depois é acrescentar o açúcar. Formar os suspiros com uma colher para um tabuleiro forrado com papel vegetal (ou branco de embrulho) e levar ao forno.

Não esquecer de juntar a noz quando se juntar o açúcar.

Curiosidade: As doceiras de Águeda recebiam as claras para a confeção dos suspiros do Convento da Princesa Santa Joana de Aveiro. Dada a confeção dos ovos moles e outra doçaria à base de ovos tinham excedente de claras. Eram então enviadas em garrafões pelo comboio Vale do Vouga para Águed

             


 

CAVACAS

 

Ingredientes:

Ovos

Açúcar

1 kg de farinha de trigo

Sumo de limão q.b.

 

Preparação:

Amassa-se a farinha com os ovos e açúcar juntando-se o sumo de limão q.b.

De seguida, corta-se a massa aos pedaços e são tendidas para um tabuleiro polvilhado com farinha (esticadas pressionando-se ao meio para que fiquem arqueadas depois de prontas).

Levam-se a cozer ao forno após o que são retiradas e escovadas. Finalmente, passam-se uma a uma por uma calda de açúcar ainda quente e estão prontas.

 

 


          

 

ALETRIA

 

Ingredientes:

250 grs de aletria

300 grs de açucar

6 gemas de ovos

1 colher de sopa bem cheia de manteiga

1 pitada de sal (ao gosto)

Uma casquinha de limão

 

Preparação:

Põe-se um tacho com água ao lume. Quando estiver a ferver junta-se a aletria e as cascas de limão.

Quando a aletria estiver cozida, mas ainda com um pouco de água, junta-se o açúcar e retira-se do lume. De seguida juntam-se as gemas de ovo, mexe-se e volta ao lume até ferver de novo, mas pouco.

Retira-se do lume e coloca-se numa travessa.

Enfeita-se com canela a gosto

 

 

 

A festa prolongou-se pela tarde e entrou pela noite dentro, comida não faltava e bebida também não.

Ti-João do Avelal com a doçaria mandou servir um branquinho bairradino que ao por no copo fazia um belo laço...  o seu aroma não enganava Maria Gomes e Bical!

Para a senhoras havia vinho fino...

Com o cair da noite, que arrefeceu, veio para a mesa uma panela preta de café de borra feito no lume do borralho. A Senhora Aninhas antes que o deixassem servir veio com uma brasa na tenaz e mergulhou no café para as borras baixarem...

Lá para a serra havia quem chamasse a este café outro nome, mas não me atrevo a enunciá-lo aqui!

 

 

No dia seguinte os familiares e amigos mais chegados voltaram à mesa! Foi-lhes servida logo de entrada uma sopa do cozido bem recheada com as carnes das sobras do dia anterior cortadas em pequenos pedaços. Só por si esta sopa seria o conforto das barrigas para todo o dia, mas havia que acabar com a Vitela Assada, com a Lampantana e provar os Rojões lourinhos acabados de fazer pelo ti-Ofélio!

Vieram para a mesa travessas de batatas cozidas com a pele e grelos. Cada um comeu do que quis, mas muitos comeram de tudo!

 

Mariazinha e Rogério foram muito felizes e deram muitos netinhos aos avós!


In retalhosdeaguedaantiga@blogspot.com

By Joao Carlos Breda

RESERVADOS OS DIREITO DE AUTOR

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Responso a Santo António...

Pastel de Águeda... Da Ti-Quitéria ao forno da Loura e ao fogão da Gininha...

Judeus de Águeda e suas judiarias...