Pastel de Águeda... Da Ti-Quitéria ao forno da Loura e ao fogão da Gininha...
Pastel de Águeda... Contributo para a sua história...
Da Ti-Quitéria ao forno da Loura e ao fogão da Gininha...
A disputa da paternidade ou maternidade do Pastel de Águeda vem dos fins do sec. XIX primórdios do século passado...
Se era folhado ou de caixa só a Ti-Quitéria o poderia dizer, pois foi ela quem trouxe a receita do Convento de Jesus em Aveiro... ou terá sido do Mosteiro de Lorvão, onde dizem ter sido serviçal?...
Bem, que a sua origem é conventual, ninguém dúvida!...
Senão atentemos para os produtos usados na confeção do seu recheio: amêndoa, ovos, açúcar e vejamos o cuidado na preparação da massa da caixinha, que deverá ser tão fina que se possa ver o recheio à transparência...
Pois a Ti-Quitéria transmitiu essa receita a suas irmãs, uma delas sendo madrinha da Libânia “Loura” Guerra, não tardou a transmitir-lhe a receita para que esta os começasse a confecionar no forno dos Guerra na Rua da Cancela...
O Tavares Candeeiro, arguto comerciante da nossa praça, não tardou a por a mão na massa e também a sua confeção em prática e acrescentou-lhe algo mais, pois estes começaram a ser muito procurados e teriam de aturar dias para poderem ser enviados para Lisboa...
Libânia “Loura”, de apelido Breda pelo casamento, não tardou a passar o seu segredo a alguns familiares: Augustinha Brinco, Ângela Breda, sua nora e esta por sua vez à filha Orquídea... uma gesta de excelentes doceiras que comercializaram os deliciosos pasteis para deleite de quem os podia comer...
Mas muitas senhoras de Águeda eram detentoras da receita e os confecionavam apenas para consumo da sua família e amigos.
Uma destas senhoras seria a Gininha, filha de Tavares Candeeiro, que os começou a confecionar para venda no estabelecimento de seu pai e depois prosseguiu para quem seguiu o negócio da Casa Candeeiro... Esta por sua vez deixou a receita fugir para algumas empregadas que com ela privavam na confeção dos ditos e que hoje e muito bem os confecionam como sua Mestra.
Hoje existem cinco produtores acreditados pela Câmara Municipal de Águeda, que em conjunto com a Confraria Enogastronómica Sabores do Botaréu – Águeda, foram reunidos numa Associação de Produtores.
Fontes: Relatos de recolhas efetuadas por Fernando Brás.
João Carlos Breda
Confrade Conselheiro Mor da Confraria Enogastronómica Sabores do Botaréu-Águeda
Joâo Carlos:uma pequena retificação para que a história fique completa!A Libania "Loira" não adotou o nome Breda pelo seu casamento com Bernardo Augusto Figueiredo Breda.Era simplesmente Libania Guerra.À sua morte transmitiu a receita dos pasteis às suas duas noras-Ana Brinco e Angela Breda.Porém, a sua confeção e comercialização regulares,só anos mais tarde (1965/66?)se verificou com a transmissão da receita a Augusta Brinco(Café Moderno),à Gininha Tavares(Casa Candeeiro) e claro, à Orquidia Breda,através de sua mãe Ângela.
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