Uma gaivota chamada Fernão…


 Uma Gaivota chamada Fernão!...


Em tempos que já lá vão

Voei com naus de quinhentos...

Passamos o Adamastor

E muitos outros tormentos!

Chegamos a Zanzibar

E até batizar o Ceilão,

Goa Cochin Cananor

Num constante marear...


Acompanhei um tal da Gama

E de Albuquerque muitos feitos

Vi gentes de muitos credos 

Em Malaca vi eu os Chins

E ao granjear muita fama

Esse povo sem preceito

Abriu novas rotas sem medos

Novos mundos, nos confins...


Do alto do cesto da gávea

Meu lugar de sentinela 

Ouvi gritar “terra à vista”

E a nau para lá navegou

Num gesto de gente sábia

De timão firme e golpe de vela!

Em frente pela conquista

Daquilo que o Infante sonhou...


As estrelas eram seus guias

Astrolábio e o sextante

Aprenderam a manejar

Com habilidade e destreza

Marinheiros antes rufias

Na escola que foi do Infante

E partiram a navegar

Por mares de muita incerteza


Lá de cima, do meu mirante

Vi tudo, mais que quimera...

Vi feitos dos assinalados varões 

Desse povo nobre e honrado

Que quiz ir mais adiante

Se mais mar e terra ainda houvera 

Assim nos escreveu Luiz Vaz de Camões 

Nos Lusíadas... o seu legado!


Ode à Gaivota

By João Carlos Breda

2020.09.14

(Reservados direitos do autor)


10.Junho... Dia de Camões 








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