Águeda minha…



Águeda…Formosa…

As águas do teu rio

Te beijam ternamente…

Mas se a chuva cai a fio

Desce a serra, impetuosa

E te abraça irreverente!

Águeda… 

sedutora e bela

És cantada por quem te fez fado

Poetas e prosadores

D’Alma até Portela

Muitos Ilustres doutores 

E até p’lo menos letrado…

Águeda… 

bela e sedutora

De bonitas tendeiras

Da serrana linda pastora 

Do Coro das Lavadeiras

Das ladinas sardinheiras,

Salineiras e regateiras…

Águeda… 

sedutora e bela

Do povo que lavas no rio

Cantada por ti Amália 

Nos poemas de Homem de Melo 

Do folclore colorido

Dos Viras e do Malhão

Dançados ao desafio

Algures ali pelo cais:

Ò linda farrapeirinha

Também eu para te ver

Saltava trinta quintais…

Águeda…

Linda e airosa!

Da Venda-Nova e Barril

Menina formosa

Por todos amada

Com ar tão gentil

Tua beleza é infinda

Faz de ti chamada

Águeda a Linda


Águeda… 

Matriarca

Tanto filho de ti nasceu

Muitos mais amamentaste, 

E a todos por igual

Com desvelo acolheste 

E muito Amor

Sempre lhes deste

Que te retribuem sem favor

Águeda… 

Sempre tão bela

Sobressai no casario…

Tua igreja altaneira

Com a torre sineira

de silhueta singela 

E os matizes lá na várzea…

De ondas de cores suaves 

São cereais já sem eira 

onde esvoaçam as aves

Linda tricana…

Como é belo teu ser…

Da tua beleza és ufana 

E por todos sempre amada 

E por tanto assim te querer

Eternamente cantada

Num verdadeiro desvario

De tanta lágrima derramada

E querer ser água do teu rio

Para sempre seres beijada.


João Carlos Breda

(Reservado os direitos de autor)

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