… judiarias
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Minha mãe Maria de Lourdes ajudava a tia-avó Ana Balbina, irmã do avô José Pedro Soares de Melo, na sua loja de panos e fazendas, na esquina do Largo Senhora da Boa Morte com a Rua Ferraz de Macedo… Sua mãe, a avó Arminda costurava para ela peças para venda na loja e pelas tendeiras de Águeda nas feiras: aventais, blusas, saias, saiotes… coisas simples…
A outra irmã da Tia Ana Balbina, a Tia Cândida, tinha loja similar na esquina (nó) da Praça Conselheiro Albano de Mello com a Rua Luís de Camões, onde mais tarde esteve o Bazar Gomes e a Pastelaria Santa Eulália… e quem lhe deu seguimento foi a filha Júlia “Nó”e depois sua filha a Rosa “Nó”.
A tia-avó Ana Balbina não tendo filhos, embora tenha sido casada com o “doutorzinho dentista”, como era conhecido na família, que exercia no consultório no primeiro andar por cima da loja e que tantas histórias originaram e eram contadas em surdina na família, indicou à sua morte, minha mãe Maria de Lourdes e a irmã Maria Alice, como suas herdeiras e sucessoras à frente da loja, confidenciava-me a tia Lídia na sua memória viva de 96 anos de idade…
Mas adiantava a tia Lídia que influências estranhas à família modificaram essa disposição e a loja foi parar às mãos da outra sobrinha Júlia “Nó”…!?
Como diziam as tendeiras no seu coro levado à cena na revista “Do Barril à Venda Nova” (música e letra de José da Costa e Jose Pedro Soares de Melo), a filha da Júlia Nó, a Rosa, já arranjou um general e comprou uma camionete… e as outras?… Três vezes nove vinte sete!
Mas não seria esse “general”, de nome Abel (aluno da Escola Central de Sargentos) a influenciar tal alteração…
A essa mudança da herança não será estranha a visita assídua na casa da tia Candida Soares de Melo e da sua filha Júlia, do “senhor de Águeda”, Quim de Melo, que há época tudo queria e podia!
Naquele tempo os mais humildes não tinham hipótese de responderem às determinações dos poderosos… E as filhas da costureira Arminda e do funcionário da Câmara, Adriano Tavares, lá perderam a herança da tia Ana Balbina!…
Coisas de Águeda…
Falando das Tendeiras de Águeda, quem eram elas:
Rosa Laré da Venda Nova,
Celeste do Albano do Barril,
Elvira , irmã da Alice;
Alice... (Mãe do Jaime Telha);
Maria da Violeta,
Olímpia Tendeira,
Adelaide Canteira,
e Rosa Nó (filha da Júlia Nó, neta da Cândida Soares Melo - Irmã do bisavô Jose Pedro).
Minha tia e madrinha Lídia (Maria Lídia Tavares de Melo 1925~2021) era a minha fonte inspiradora das coisas de Águeda antiga, que em longas conversas me desfiava as suas memórias, que originaram inúmeros textos que publiquei no meu blogue “retalhosdeaguedaantiga.blogspot.com”.
Infelizmente com a sua partida essa fonte secou e tenho pena de não ter podido registar muito mais desse simples mas belo passado da nossa Águeda à Linda.
Mas ficaram essas belas memórias que me orgulho de ter recebido como herança… Está não fugiu!
in retalhosdeaguedaantiga.blogspot.com
By João Carlos Breda
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