Ao desfolhar o livro de autoria do saudoso amigo António Sucena -
Como Eu Vi Agueda Concelho Turisticamente No Fim do Século XX - deparei-me com uma folha solta que relatava a receita dos Pasteis Folhados da Loira*, ilustrado com foto e com a letra da canção com o mesmo nome levada à cena na revista “A Noiva do João”...
Não resisti e aqui estou a publicar lançando o repto, a quem o queira aceitar, de relançar esta doçaria tradicional de Águeda, que nada tem a ver com os Pasteis de Águeda, mas serão por certo igualmente deliciosos...
ANTÓNIO SUCENA era um homem apaixonado pela sua Águeda-a-Linda como o prova o livro acima referido por ele escrito e publicado com o apoio da Anata. Tive o privilégio de com ele privar anos a fio na Direção do Ginásio Clube de Águeda, nas organizações das provas de Motocross, na comissão pró-Pavilhão do GiCA e na Comissão Municipal de Turismo em que participei sob diversas Presidências, sempre por sua indicação. Homem bom, de trato cordial e fino, um exemplo para os que se dizem Aguedenses... pois sempre soube honrar e defender a terra que o viu nascer. Em vida, tivemos a oportunidade de o homenagear na Confraria Enogastronómica Sabores do Botareu, na qual foi entronizado como Confrade de Honra.
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PASTEIS FOLHADOS DA LOIRA
Ingredientes:
4 Folhas de massa filó;
80 gramas de manteiga derretida;
35 gramas de recheio;
Cane e açúcar em pó para polvilhar.
Preparação:
Disponha uma folha de massa filó sobre uma superfície de trabalho e pincele com parte da manteiga. Sobreponha as restantes, pincelando-as. Corte em seis rectângulos iguais. Coloque em cada um pouco do doce de ovos ou massa dos pasteis de Águeda e polvilhe com canela.
Una as extremidades da massa ao centro e pincele com a restante manteiga. Coloque num tabuleiro refractário e leve ao forno a 200ºC, durante 10 minutos.
Retire do calor e deixe arrefecer.
Disponha os pasteis numa travessa de servir e polvilhe com açúcar e canela em pó.
Passo a passo:
1. Derreta a manteiga em banho maria utilize um pincel para untar cada folha;
2. Depois das folhas de massa pinceladas e sobrepostas corte ao meio no sentido do comprimento e, depois em três partes iguais, sobre a largura;
3. Com uma colher de sopa. disponha porções do dodoce de ovos ao centro de cada rectângulo e polvilhe com canela;
4. Una as extremidades da massa ao centro, calcando bem para não abrirem.
*Libânia Guerra, conhecida por Libaria Loira. Pelo casamento Libânia Guerra Breda.
Doceira afamada de bolos de casamento e a quem é atribuída a "paternidade" dos Pasteis de Águeda, dado que Ti-Quitéria, que trouxe o segredo do Convento de Lorvão (Penacova), onde era serviçal, era irmã de sua madrinha...
Notas do autor: em primeiro existe a dúvida se a Ti- Quitéria teria sido serviçal no convento de Lorvão ou no Convento de Santa Joana Princesa em Aveiro…
dizemos que a “paternidade”dos Pastéis de Águeda será atribuído à roliça Libânia Guerra doceira de tranças louras, o que levou a receber a alcunha de Loura… mas aqui quero rectificar para “maternidade” já que a “paternidade” vai toda para o arguto comerciante aguedense Joaquim Tavares, conhecido por Tavares Candieiro (nome da sua loja de mercearia fina) que teimava em roubar a receita à Loura… e porque os Pastéis de Águeda passaram a ser muito requisitados para levar para o Porto, Lisboa, Figueira da Foz, etc… o aparecimentos dos Pastéis de Águeda de caixa e não folhados, proporcionando um melhor transporte…
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