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A mostrar mensagens de setembro, 2024

A Canja de Sardinha…

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 A canja de sardinha… Casimiro regressava a casa depois de ter ido ao mercado fazer umas compras não sem passar na tasca do tanoeiro e molhar a garganta. O Barão do Souto do Rio, Ernesto Ruella, saía de casa, na sua figura negra e esguia, para fazer a sua visita matinal ao Adro… Igreja e cemitério.  Ti Lurdes expunha a fruta na porta da sua loja e esperava a clientela e o mesmo fazia o Acácio na loja em frente do patrão Varanda! Casimiro atravessou a praça e à porta da Câmara saudou quantos ali estavam cavaqueando. Iniciou a subida do Outeiro e olhou a estátua branca e falou para os seus botões: - Que raio! Não estaria ali melhor o coreto?! Onde vai agora a Música tocar? Chegou ao Outeiro e entrando em casa foi logo para a cozinha preparar a Canja de Sardinha que havia prometido a quatro amigos, entre eles o Dr. João Cura, que lhe havia dado a receita e queria ver se tinha sido bom aprendiz!… Despejou a saca das cebolas e dos tomates coração de boi, carnudos como se quer. Cuid...

O Cimbalino…

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  O Cimbalino… Os canários cantavam ao ritmo da plaina do mestre Chico Balreira…  A rua de baixo tinha o movimento atarefado dos sábados de praça e o prestável Júlio ali passou com o seu carro de mão fazendo uma entrega de tabaco do armazém do João Lemos.  Na rua lembramos o forno do ti Abel e da ti Maria da Benta onde assava leitão e depois os vendia inteiros ou a retalho,  preservando-os no balcão debaixo de um mosquiteiro de forma arredondada. Também ali na rua existiu a oficina do Canário, que terá sido um dos primeiros sócios da Camionagem Azeitonas de José Novo da Cruz, juntamente com o Dr. António Breda. Um incêndio nesta oficina estará na origem da fundação em Águeda da corporação de bombeiros… e contava a minha tia  que nunca um incêndio de tais dimensões havia Águeda vivido e que se lembrava de ver o Sr. Gil Brinco de machado em riste dar um golpe na porta da garagem e desta ter saído uma língua de fogo  que atravessou a rua! Após isso as gentes d...

Da Voz do Botaréu à Festa dos Pobres

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 Da Voz do Botaréu às Festas dos Pobres...   Nas noites quentes de verão o Largo Conselheiro Albano de Melo e o paredão da margem do Botaréu enchia-se de gente a passear à beira-rio, aproveitando a frescura que era dada pelas águas correntes do nosso rio... Dos altifalantes do pequeno estúdio do Tenente Flores entoavam os sons da Voz do Botaréu! ⁃ “Teus olhos castanhos de encantos tamanhos são pecados meus…”, cantava uma das vozes da rádio na época, Francisco José! A Voz do Botaréu foi uma iniciativa do Tenente José Flores, enfermeiro militar que veio para Águeda e por cá ficou depois de ter cuidado os feridos do Combate das Barreiras na “Traulitana”. Tinha consultório no mesmo edifício, onde esteve o café Zip-zip e agora o Gambrinus, mas virado para o rio… A Voz do Botaréu animava aquelas noites da baixa ribeirinha na praça jardim Conselheiro Albano de Mello e pela margem do rio, e, até lá, eram atraidos não só os jovens, mas também famílias que passeavam seus filhos. Lembro ...