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A mostrar mensagens de maio, 2019

Novenas e tremoços...

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A garotada saltitava na frente do grupo... as férias grandes estavam aí e os seus rostos animados isso já demonstravam... Um pouco atrás seguia o grupo dos mais velhos, na maioria mulheres que recitavam ou entoavam alguma ladainha... Mais para trás os adolescentes, rapazes e raparigas, estudantes do liceu e alguns já universitários... risinhos e brincadeiras inocentes ou não!...namoriscos!? Era uma tarde quente de princípio de verão... os campos pintavam-se de amarelo do tremoceiros, aqui e ali pintalgado por irreverentes papoilas encarnadas... os grilos davam aso a sua alegria e cantavam sem cessar... O grupo animado atravessou o lugar do Ameal e junto à fonte de S. João, onde muitos saciaram sua sede , derivaram para a esquerda em direcção ao Gravanço... À frente na zona de pinhal surgiu à direita uma estreita e íngreme ladeira... Por lá seguiram até chegarem a uma pequena clareira onde se erguia uma alva e humilde capela... Era a capelinha da Nossa Senhora da Boa Memór...

Caldeirada de Espinho...

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Zé Manel olhava impaciente o relógio da velha estação e logo punha os olhos na linha a ver se o comboio aparecia... Tinha ido ao mercado bem cedo comprar peixe fresco para levar para Águeda onde uns amigos o esperavam para uma bela caldeirada e, agora, desesperava à espera do Vale do Vouga que deveria já ter chegado de Sernada do Vouga! Mas como sempre ... atrasado! Se chegasse à hora, antes das 11 estaria em Sernada e depois mudava de comboio e descia até Águeda na direção de Aveiro. Estaria em Águeda às 12 e pico! Mas assim já não sabia nada! Espinho, como todas as povoações da beira-mar tinha a tradição da Caldeirada de Peixe... mas não aquela caldeirada rica que estão a pensar... Era feita com o que o mar dava e que o pescador levava para casa depois de separado o Peixe para venda e daí o aparecimento nos dias de hoje de uma confraria, a da Caldeirada de Peixe e do Camarão de Espinho... para recuperar e manter essa tradição... Comprou o que tinha saído na rede naquel...

Um mergulho no rio Águeda...

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O saco de lona vermelha com o emblema do Benfica já tinha dentro a toalha, o pão com manteiga e a maçã... Junto à cancela esperava ansioso o toque das 5 horas nas sirenes das fábricas de Assequins, sinal de que poderia avançar até ao portão da Fábrica da Louça e esperar a saída do meu pai. À hora de almoço tínhamos combinado ir tomar banho ao rio... era verão e os dias estavam quentes... E lá fui pelas Chãs passei as cavalariças da Escola de Sargentos e meti pela Rua Infantaria 28 passando em frente à porta de armas do quartel onde duas enormes balas de obus a ladeavam. Metiam respeito! Andei mais 50 metros e lá estou no portão quando começam a sair os primeiros operários. Não esperei muito e depois de uma terna saudação lá seguimos pela ladeira do Outeiro abaixo até ao coreto. Atravessamos o largo da câmara e entramos na loja da Sra. Lurdes onde meu pai me deu 5 tostões para comprar rebuçados de jogadores... já estava com sorte! Meti os rebuçados no saco e lá seguimos em direção à R...