...do Barril à Venda Nova... retalhos de Águeda antiga...

  -Vô, Ò vô... posso ir apanhar uma nêspera? Meu avô rachando os paus de castanheiro para fazer as fitas das canastras, olhava para mim e respondia: - Vai lá, mas cuidado com a ribança! - Eu só apanho as que estiverem à mão, dizia eu. E lá ia! Daí a pouco regressava desanimado.  Os pardais já haviam comido as maduras e agora poucas restavam fáceis de apanhar... as outras estavam muito altas. O avô Adriano tranquilizou-me: -Deixa a Tininha chegar que ela vai lá com a ladra e apanha as mais altas e maduras! Fiquei à espera!... in  retalhosdeaguedaantiga. blogspot.com By João Joao Carlos Breda A nespereira (Eriobotrya japonica) é uma espécie vegetal da subfamília Maloideae, da família Rosaceae. Apesar do nome, é originária do sudeste da China. Sua fruta, chamada de nêspera, também é chamada ameixa-amarela no Brasil, e magnório, manganório ou magnólio na região Norte de Portugal. É uma árvore pequena, com uma coroa circular e um tronco curto. Pode crescer até 10 m de altura, ...

Na segunda-feira de Páscoa no lugar de Assequins, que já foi vila com pelourinho e câmara, acontecem os festejos em honra de Nossa Senhora da Graça...  Mas estas festas têm uma particularidade....ser também conhecida pelas Festas do Pau!              O levantar do Pau no largo da capela, um ritual que teve origem no século passado e se mantém até aos dias de hoje, aliás interrompido nestes dois anos por causa da crise pandémica! Ora a rapaziada com idade de ir à tropa organizava-se numa comissão de festas e em Sábado de Aleluia tratava de ir roubar o pinheiro mais alto das redondezas, que aliás já tinha sido referenciado com antecedência. Depois era levado para o largo da festa é lá todo enramado com urze, alecrim, rosmaninho...  Na tarde de Segunda-Feira com a banda de música no coreto começava o levantar do pau... tocava a música uma peça acelerada e os homens com a ajuda de umas forcanchas lá o iam levantando já apontado ao buraco! Tocava ...

Já ouço os acordes da banda...  Já lá vem a Procissão... Colchas lindas coloridas  Nas janelas e na varanda Alegrias incontidas É a da Ressurreição! Aleluia! Aleluia! 🎼 na ra nim Pó pó chim!🎶.  Pelo chão o rosmaninho  Cheirinho a alecrim Que lindo vai o anjinho De asas de algodão  Mas c’os pésinhos no chão! Aleluia! Aleluia! 🎶na ra nim Pó pó cham🎵  Toca a banda em afinação  Opas escarlates, lanternas Que linda é a procissão! De recordações tão eternas... Uma oração em uníssono  E joelhos em genuflexão Vai passar o Santíssimo... Momento de reflexão... Já lá vai a Procissão  Que linda...  A da Ressurreição! Aleluia! Aleluia! João Carlos Breda in  retalhosdeaguedaantiga.blogspot.com

  ... barro vermelho... cântaros, alguidares, moringas... em Águeda houve uma fábrica que produzia tudo isso, já lá vão muitos anos... depois em Aguada de Cima a tradição do barro vermelho teve continuidade... Mas olhemos a figura feminina de trajar singelo, descalça e com o xaile de franja a servir de capucha mas poderia ser a capa serrana, de burel preto ou castanho, que tapava o calor, o frio... a chuva! Vinha das aldeias da encosta do Caramulo... À cabeça a rodilha e a canastra... canastra em que trazia os queijos frescos para vender e depois levava a sardinha, o sal... e quando ia para o trabalho no campo, monte ou serranias a canastra servia de berço às crianças... Ainda estou a ver o meu avô Adriano à volta das canastras, com as suas mãos deformadas das artroses, que o impediram de continuar a tocar o seu clarinete ou saxofone, a desfiar as correias de castanheiro para reparar ou fazer uma canastra nova...  Canastreiro, a profissão que trouxe da sua terra natal, S...