À lareira pelo S.Martinho...
O avô Adriano com a ponta da tenaz afastava as brasas e fazia saltar uma castanha do borralho... “Estejam quietos lambões esta é para a Teresinha...” fácil será identificar os lambões, o autor deste escrito e primo To-Zé, que com as garras afiadas, como duas águia s, ou não fossem ambos benfiquistas, disputavam as castanhas que iam ficando assadas ali no borralho por debaixo da panela das três pernas, que fervia a água para o escoado... bacalhau, batatas e couve baixa... o meu pai chamava-lhe o trezentos e sessenta e cinco... era o aconchego do jantar a que chamávamos ceia. A avó Arminda com sua figura pequena e irrequieta lá andava na cozinha e perguntou ao marido: “Ò Adriano já queres o teu caldo?” Nem obteve resposta porque, pela porta dentro, entraram a Tininha e a Alicita que vinham do trabalho no escritório da Reunidas em Assequins... A tarde tinha estado cinzenta e fria, e elas logo procuraram um cantinho à lareira para se aquecerem e disputarem uma castanha... O avô...