O mercantel já há muito atracara ao Cais das Laranjeiras... As regateiras e as sardinheiras já haviam debandado e os almocreves já bebiam uns copos nas tascas da Rua de S.Bento, depois de terem posto o peixe comprado na salga... Ti-Carmelinda, sardinheira do Barril, canastra à cabeça, já havia iniciado a sua caminhada Vila acima visitando as suas freguesas... Vencido o Alto do Outeiro em breve chegaria às Chãs e à Quinta de S. Pedro. Chegada ao portão de ferro daquela, lançou um pregão: - Petinga fresquinha!... Ò ti-Carmelinda, só traz petinga? - perguntou-lhe a Lurdes aparecendo na cancela da casa junto ao portão! Ò menina, foi o que chegou no barco, mas olha que é fresquinha, atalhou a Ti-Carmelinda. Bem, então conte aí uma dúzia que tenho de ir fazer o comer pró meu João, que não tarda está a sair da fábrica! Ò Lurditas e vais fazer como, perguntou a sardinheira. Olhe, de cebolada... muita cebola e umas batatas da Maria da Quinta. Tudo cozido em lume brando para não se desfazer...